Confesso-me.

16 fevereiro 2007

'As palavras guardam o que julgamos ter perdido para sempre, é por isso e para isso que escrevemos, para resgatar o impossível, porque o amor, por mais puro e forte que seja, não resiste à solidão e ao abandono, muito menos a outro amor que nos fecha o mundo nas mãos.'

06 fevereiro 2007


grande Mafalda.

« quando a vida nos fragmenta um bocado as coisas e de repente já somos feitos de imensos bocadinhos de memórias, imensos bocadinhos de histórias que as vezes conseguimos colar e outras vezes não (...) mas também existe uma coisa que é sempre maior que tudo isso,que é ser capaz de ter um sonho, por mais que exista cansaço ou que estejamos fartos de tudo, há sempre sonhos que nos conseguem contaminar e que nos fazem acreditar que é possível dentro de nós,rebentar um mar »

30 janeiro 2007

já dizia a Grey e muito bem,


«erguer barreiras não significa manter as pessoas de fora, mas sim, manter-te a ti cercado »

08 janeiro 2007

é uma palavra bonita, mágoa.


«Está para lá da tristeza, da saudade, do desejo de lutar pelo que já se perdeu, da raiva de não ter o que mais se queria, da pena de ter deixado fugir um grande amor, por ser demasiado grande.
Primeiro grita-se, barafusta-se, soluça-se em catadupas, fazem-se esperas, mandam-se flores e livros sublinhados, convocam-se os amigos para planearem connosco uma estratégia de recuperação, sente-se aos solavancos e come-se sem mastigar, num torpor raivoso e revoltado.
A vida vai mais depressa do que nós, passa-nos por cima e os dias comem-se uns aos outros. Só queremos que o tempo corra para nos apaziguar a dor e acalmar os papos nos olhos.Depois é o pós-guerra, a rendição, a entrega das armas e as sentenças de um tribunal marcial interior, em que os juízes são a vida e o réu, aquilo que fizemos com ela. Limpam-se destroços, enterram-se os mortos, tratam-se os feridos que são as nossas feridas feitas de saudade, desencontros, palavras infelizes e atitudes insensatas, medos, frustrações e tudo o que não dissemos. Há quem se rodeie de amigos, durma com antigos casos, se enrole numa manta de xadrez e se torne o mais fiel cliente do clube de vídeo mais próximo.
O pior é quando lá se chega, apetece tudo menos lá ficar. Percebemos que não há longe, em distancia para a dor e que nenhuma amante, amigo, mãe, irmão, droga ou bebida matam a saudade daquilo que já fomos ou de quem já tivemos nos braços.
A mágoa chega então, quando o cansaço já não nos deixa sentir mais nada. É silenciosa e matreira, instala-se sem darmos por ela, aloja-se no coração e começa a deixa sinais aqui e ali, dentro de nós. A pouco e pouco sentimos que já não somos a mesma pessoa. As cicatrizes podem esbater-se com os anos e ser remendadas com hábeis golpes de plástica, mas ficarão para sempre debaixo dos excertos que fazemos á alma.»

12 dezembro 2006

Segunda - feira, 12 de Dezembro de 2005


percebe que não há longe, nem distância para a dor e que não é a merda de uma droga, calmante ou a vodka que absorves em noitadas vazias como uma esponja inútil que matam a saudade daquilo que já foste e daquilo que deixaste que te fugiste dos braços.

30 novembro 2006

fazes-me falta



«Que é de ti e da tua vida?
que é do tempo em que trazias o corpo a bater à porta?
apareces-me meio confuso,
o sublinhado já gasto pelo pretérito-mais-que-perfeito dos dias.
dois passos atrás
e os percursos ainda cruzados,
tu ainda.
sei que morreste num dia qualquer,
assim, com sol, a terra a girar,
tudo a correr como corre sempre
(tu a partires, tu a deixares de ser, tu-ausência, tu-nada e tudo a correr como corre sempre) mundos de fora ainda de pé,
nenhum abalar cósmico.
tu que te foste e eu a ficar com uma caixa cheia de ti nas mãos,
e eu a querer reinventar-te a carvão,
a barro,
a tinta,
fazer-te os ossos a histórias e a futuros prometidos,
colar-te num outra vez
aos dias soltos
e aos dias meus.
Dou-te a palavra muda,
o escrever de linhas.
E ficas a saber (se não a ler) :
fazes-me falta.»

16 novembro 2006

um dia



vais perceber que não é o longe ou o perto que estragam os laços do gostar, mas sim os espaços vazios que fazes questão de criar por entre todos os retalhos que existem quando se gosta de alguém.